O Ministério da Agricultura e Ambiente fixou um conjunto de medidas para que campanha agrícola 2023-2024 decorra sem sobressaltos. A preparação da campanha começa, tradicionalmente, no início do ano, com o balanço da implementação da campanha anterior e a quantificação das necessidades para a campanha que se inicia.
Hoje em conferência de imprensa a Direção Geral da Agricultura, Silvicultura e Pecuária e o Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário apresentaram o que MAA tem previsto para esta campanha.
Em termos de produção de plantas (florestais e fruteiras) foi informado que o MAA tem disponível, através das suas Delegações nos diferentes Concelhos e no INIDA, um total de 57.683 plantas florestais e fruteiras, 350.000 estacas de batata doce de mandioca, que serão disponibilizados aos agricultores a um preço simbólico.
Em relação a sementes forrageiras, encontram-se disponíveis 3.045 kg de diferentes espécies, recolhidas no ano anterior e produzidas pelo INIDA, que serão distribuídos nas ilhas/concelhos de maior necessidade.
Tendo em conta que houve uma produção razoável no sequeiro, em todas as ilhas agrícolas no ano passado, ainda que mais fraca na ilha de Santiago, principalmente na parte central e sul, prevê-se que as sementes das principais espécies cultivadas no sequeiro (milho, feijão pedra, feijão bongolon, feijão sapatinho e feijão congo) estejam disponíveis a nível nacional.
“Contudo, em caso de necessidade as Delegações do MAA estão disponíveis para apoiar os agricultores a identificar os locais onde as sementes poderão ser adquiridas”, frisou a Diretora Geral da Agricultura, Eneida Rodrigues.
Para o combate a eventuais pragas, já se encontram disponíveis nos armazéns do MAA, nos diferentes Concelhos, pesticidas, materiais e equipamentos e à semelhança dos últimos anos privilegiar-se-á os pesticidas biológicos, visando preservar o ambiente.
No que diz respeito ao gafanhoto, a DGASP frisou que este ano, em princípio, não deverá haver eclosões muito significativas, tendo em conta que os focos do ano transato foram controlados atempadamente e poucos indivíduos chegaram ao estado adulto. No entanto, as ilhas Brava, Boa Vista e Sul da ilha de Santiago, poderão vir a merecer atenção reforçada.
No que concerne à lagarta-do-cartucho o INIDA adianta que a aposta tem sido nos métodos de controlo integrado, com destaque para a luta biológica, que são mais eficientes como é o caso do uso de armadilhas com feromona sexual para deteção precoce da lagarta-do cartucho na cultura do milho
“O INIDA dispõe de três Bio-fábricas de produção do inimigo natural, o Trichogramma pretiosum, nomeadamente nas ilhas de Santiago (INIDA – S. Jorge), Fogo (Campanas) e Santo Antão (Rba Grande), sendo a produção prevista de trichogramma pretiosum suficiente para cobrir as áreas de sequeiro a nível nacional”, afiançou a Presidente do INIDA, Nora Silva.
O orçamento previsto para esta campanha agrícola 2023-24, é de cinquenta e oito mil contos, integralmente suportado pelo orçamento do MAA.
A pôr termo a conferência apelou-se aos agricultores a evitarem o uso de queimada nas parcelas, sobretudo em zonas perto das florestas como forma de evitar incêndios.