16 de outubro, celebra-se o Dia Mundial de Alimentação, sob o lema “As nossas Ações são o nosso Futuro – Melhor produção, melhor nutrição, melhor ambiente e melhor qualidade de Vida”. O Dia Mundial da Alimentação é um apelo global à Erradicação da Fome, por um mundo em que alimentos nutritivos estejam disponíveis e sejam acessíveis a todos, em qualquer lugar.
A situação da Segurança Alimentar e Nutricional passou por um agravamento dramático em 2020 devido às consequências da pandemia provocada pelo novo coronavírus. O relatório sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo (SOFI) 2021, estima que cerca de um décimo da população global, ou seja, até 811 milhões de pessoas estavam subalimentadas no ano passado. O número sugere que será necessário um grande esforço para o mundo honrar sua promessa de acabar com a fome até 2030. Em muitas partes do mundo, a pandemia provocou recessões brutais e prejudicou o acesso aos alimentos devido a forte desaceleração económica provocada pela crise sanitária.
Desta feita, a pandemia COVID-19 ressaltou a necessidade de redirecionar políticas e reforçar o engajamento a todos os níveis para transformar os sistemas alimentares, por forma a alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e colocar alimentos saudáveis ao alcance de todos, através de sistemas agroalimentares eficientes, resilientes, inclusivos e sustentáveis capazes de fornecer dietas saudáveis e acessíveis para todos.
O nosso pequeno estado insular é muito vulnerável aos eventos naturais extremos, cada vez mais frequentes, dadas as mudanças climáticas, mas também apresenta uma vulnerabilidade acrescida relativa a globalização e internacionalização dos sistemas alimentares, como por exemplo a elevada presença de alimentos industrializados de elevada densidade energética.
Cabo Verde está ciente desta problemática e alinha-se, completamente, com os objetivos sustentáveis acordados. Por isso, é de salientar os progressivos ganhos que o nosso país vem registando em matéria de segurança alimentar e nutricional, nomeadamente a “Lei Direito Humano à Alimentação Adequada”, a Lei do Programa Nacional de alimentação e Saúde Escolar, a integração da educação alimentar e nutricional no Plano de Ação de Alimentação e Nutrição, bem como na existência de um stock de segurança alimentar estável. Isto graças à implementação de políticas e estratégias assertivas, conjugados com uma cooperação profícua estabelecida com outros países e organizações internacionais.
Contudo, o país depara-se com alguns desafios, nomeadamente na necessidade de aumentar o acesso e consumo do pescado e frutas e legumes, pelas populações mais vulneráveis, na promoção de sistemas alimentares sustentáveis e dietas saudáveis, na institucionalização da educação alimentar e nutricionais como motor da promoção da saúde e no combate ao triplo fardo da malnutrição.
Estes desafios devem também fazer parte do papel do cidadão, pois para termos uma vida no presente e no futuro, para as nossas crianças, teremos de garantir a sustentabilidade alimentar, mas também ambiental, pois só assim teremos dietas saudáveis para um futuro sem fome.