Celebra-se todos os anos, a 5 de dezembro e em todo o mundo, o Dia Mundial do Solo. O lema para 2021 é “Parar a Salinização do Solo e Aumentar a sua Produtividade”. A celebração deste dia tem como objetivo aumentar a consciência de todos sobre a importância de manter os ecossistemas saudáveis, abordando os desafios da gestão do solo, combatendo a sua salinização e encorajando todas as sociedades a empenharem-se na melhoria da sua saúde.

O mapa global de golos afetados pelo sal, nova ferramenta, lançada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), revela que 8,7% dos solos do planeta são afetados pelo sal e informa que entre 20% a 50% dos solos irrigados se tornaram improdutivas devido à salinização. Estes solos, por serem inférteis, passaram a ser um dos principais problemas, que afetam a segurança alimentar de mais de 1,5 bilhão de pessoas no mundo. Este problema dificulta a luta global contra a fome e a pobreza.

Os solos com problemas de salinização ou já salinizados não permitem a absorção de água e de micronutrientes para as culturas, por isso são improdutivos ou pouco produtivos. Põem em causa a segurança alimentar e a sustentabilidade das famílias e constituem um problema ambiental grave, já que também contribuem para a desertificação.

Em Cabo Verde, o risco da intrusão salina e da salinização dos solos nas zonas costeiras é real. Por isso, o apelo a todos é de contribuirmos, ativamente, para as estratégias e ações que previnem a intrusão salina e a salinização dos solos no nosso país. O Governo de Cabo Verde, através do Ministério da Agricultura e Ambiente, está a desenvolver iniciativas de carater técnico e científico para a prevenção deste fenómeno e para a recuperação dos solos salinizados, em parceria com a FAO, ICBA e WASAG. Dentre elas, a promoção de variedades de plantas mais tolerantes a sais, as halófitas, mais adaptadas à salinidade, o que abre a possibilidade de desenvolver uma agricultura mais inovadora, capaz de transformar sistemas agroalimentares em sistemas produtivos eficientes, inclusivos, resilientes e sustentáveis.

O Ministério da Agricultura e Ambiente conta hoje com um laboratório bem equipado de análise de solos e plantas e um novo laboratório de Sistema de Informação Geográfica. Estas ferramentas, para além de outras utilidades, servirão de suporte às iniciativas e ações de prevenção e controlo da salinidade dos solos. Só assim se pode criar as condições para a recolha de dados e informações destinadas à pesquisa e inovação tecnológica e ao reforço de políticas e estratégicas de restauração das áreas afetadas e de promoção de uma gestão sustentável do solo irrigado.