Todos os anos desde 1974, no dia 5 de junho celebra-se o Dia Mundial do Ambiente para promover a consciência e a ação ambiental a nível planetário, tornando-se assim na maior plataforma global de sensibilização pública sobre o tema. Este ano a comemoração do Dia Mundial do Ambiente incide sobre o papel crucial da biodiversidade.

Atualmente, cerca de um milhão de espécies de plantas e animais estão em perigo de extinção em todo o mundo. A comunidade científica internacional enfatiza esta situação, chamando a atenção de todos sobre esta crise na biodiversidade e emergência climática. A maioria dos governos reconhece esta crise ambiental sem precedentes, com um grande número de espécies à beira da extinção, enquanto as temperaturas globais continuam a aumentar e o clima a mudar.

Este ano vai proporcionar ao mundo uma grande oportunidade de entendimento sobre a agenda ambiental para a década, em que se pretende reverter esta situação dramática. Com efeito, celebra-se o início da Década das Nações Unidas para o Restauro dos Ecossistemas (2021-2030), uma iniciativa para reforçar a recuperação dos ecossistemas degradados.

Hoje, Cabo Verde conta com mais de 7.000 espécies descritas, sendo 51% espécies marinhas e 49% terrestres. Cada um de nós tem um papel a desempenhar para a sua preservação e valorização. Para além das ações concretas de conservação da natureza, há que promover, cada vez mais e através do processo educativo, mudanças de atitudes e práticas que elevam a nossa consciência ecológica e o compromisso intergeracional na preservação do ambiente.

Todos nós devemos ter a consciência que dependemos de ecossistemas saudáveis para nossa própria sobrevivência. O momento é de agir, de forma eficaz, para mantermos o nosso país na rota da sustentabilidade. O Governo de Cabo Verde está convicto de que só uma política ambiental forte e comprometida pode travar a perda da biodiversidade e preservar a natureza. Reconhece o seu papel central na proteção do ambiente, promovendo as ações e as parcerias úteis em prol da proteção dos espaços naturais.

Tendo em conta as caraterísticas intrínsecas de um pequeno estado insular marcado pela vulnerabilidade dos ecossistemas, Cabo Verde vem implementando uma forte agenda ambiental, que integra a consolidação da Rede Nacional de Áreas Protegidas, a Estratégia Nacional e Plano de Ação da Biodiversidade no horizonte 2030, o Plano Nacional de Conservação das Tartarugas Marinhas e dos Corais, o Plano de Ação para Conservação das Aves Marinhas, entre outros instrumentos que mostram o compromisso nacional com a proteção do ambiente e salvaguarda da diversidade biológica.

No âmbito desta agenda, a Assembleia Nacional vai receber, proximamente, para a apreciação o terceiro Livro Branco sobre o Estado do Ambiente em Cabo Verde. Também contamos com a declaração das ilhas do Maio e do Fogo como Reserva Mundial da Biosfera da UNESCO ainda este ano. Efetivamente, devemos orgulharmo-nos da comunicação recebida do Secretariado do Programa Homem e Biosfera da UNESCO, que nos informa que o Comité Consultivo Internacional para as Reservas da Biosfera (IACBR) recomendou a aprovação das nossas duas candidaturas. Se tudo correr bem, tal como aconteceu com a morna, o Maio e o Fogo serão declarados Reserva Mundial da Biosfera da UNESCO, em novembro de 2020, durante a 32ª Sessão do Conselho Internacional de Coordenação do Programa Homem e Biosfera (MaB-ICC).

Neste Dia Mundial do Ambiente, juntemos as forças para a conservação da natureza, colocando no centro a biodiversidade.